Por que as mulheres ainda ganham menos mesmo pedindo mais?
- Patricia Yoshioka
- Feb 24
- 2 min read
Updated: Feb 25
No mês em que homenageamos a força das mulheres, é essencial refletir sobre aquelas que se destacam como líderes e agentes de mudança. Baseado no manifesto "Você não precisa provar nada", este texto nos convida a explorar a beleza de ser exigente, um passo corajoso que se contrapõe ao medo e às expectativas sociais.
Olhamos para dados, estatísticas, pesquisas que confirmam o que já sabemos na pele: ser mulher no mundo corporativo ainda significa negociar dobrado, argumentar mais, insistir para ser ouvida.
Um estudo da Academy of Management Discoveries mostrou que 54% das mulheres com MBA negociam seus salários na entrada de um emprego, contra 44% dos homens. Ainda assim, muitas recebem menos do que eles. Outra pesquisa do Pew Research Center aponta que, mesmo quando reivindicam aumentos, 38% das mulheres têm seus pedidos negados, enquanto entre os homens esse número é de 31%.
Entre pedir e receber, existe um abismo chamado viés. E nele, muitas carreiras femininas tropeçam antes mesmo de avançar.

E aí vem a pergunta: o que acontece quando uma mulher exige?
Muitas vezes, ela é rotulada. De difícil. De arrogante. De agressiva. Mas, no fundo, ser exigente não tem nada a ver com ser dura ou intransigente. Tem a ver com reconhecer seu próprio valor. Tem a ver com saber que não precisa aceitar menos do que merece. Tem a ver com respeito próprio.
Porque exigir é um ato de amor. Amor por si mesma, pelas outras mulheres, pelas próximas gerações. É querer mais do que sobras. É não se contentar com menos do que um futuro justo e digno. E isso, de maneira alguma, deveria ser visto como um problema.
A coragem de reivindicar
Malala Yousafzai exigiu. Mesmo sob ameaça, defendeu o direito das meninas à educação. Rosa Parks exigiu. E ao se recusar a ceder seu lugar no ônibus, transformou a história dos direitos civis. Essas mulheres – e tantas outras – nos mostram que exigir não é capricho. Exigir é construir um novo caminho.E cada vez que uma mulher exige, ela faz isso não apenas por ela, mas por todas nós.
O que você pode exigir hoje?
Talvez seja um salário mais justo. Talvez seja respeito. Talvez seja tempo para si mesma, sem culpa. Talvez seja um espaço onde sua voz seja ouvida. Seja o que for, exigir é um convite para viver com mais autenticidade.
Na Escola Mahas, acreditamos que o autoconhecimento é o primeiro passo para essa jornada. Porque, para exigir, é preciso primeiro saber o que se quer. Para ocupar espaços, é preciso se reconhecer neles. Para transformar, é preciso se permitir sonhar. E sonhar grande.
Que este mês – e todos os outros – sejam uma lembrança de que ser exigente não é um defeito. É um presente que damos a nós mesmas. Porque, como diz Marianne Williamson:
“Ao nos libertarmos de nosso próprio medo, nossa presença liberta automaticamente os outros.”
Então, exija. Pelo seu presente. Pelo nosso futuro.

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